EICHMANN ALÉM DE JERUSALÉM
APONTAMENTOS PARA UM DEBATE SOBRE O LUGAR DAS VÍTIMAS NA JUSTIÇA INTERNACIONAL
Resumo
O presente artigo realiza uma releitura do canônico livro de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém (1963), de modo a contrapor as ideias ali delineadas com o debate atual sobre o lugar das vítimas nos julgamentos internacionais de graves violações de Direitos Humanos. A posição defendida por Arendt acerca das funções do tribunal, enquanto instância neutra e sóbria, conflita com a posição da promotoria do caso que explorou os aspectos simbólicos daquele evento jurídico, utilizando-se do tribunal enquanto espaço de reconhecimento das vítimas e construção da memória do povo judeu. O artigo busca explorar esse embate e mostrar como, em grande medida, podemos ainda hoje aprender com ele nos estudos sobre a relação dos tribunais internacionais com o reconhecimento de vítimas e construção de narrativas e memórias.
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